ESG e a Copa do Mundo de 2022

Gabriel Takahashi Okabe – 22/11/2022

A importância do ESG (Environmental, Social, and Governance) só aumenta a cada dia no mundo, basta ver as conferências mundiais (como a COP27) e os maiores veículos de notícias, que fica claro o peso desse tema nos dias atuais. As pessoas tendem a cobrar mais o tema quando se refere a empresas, instituições e eventos de grande porte como a Copa do Mundo do Qatar de 2022. Se compararmos com a Copa de 2018 na Rússia, a qual já demonstrava um certo cuidado com esse tema, a de 2022 foi ainda mais cobrada, principalmente no quesito Social.

Segundo a Revista Época (2018), um dos principais estádios da Rússia, que sediou a Copa de 2018, recebeu, antes do início da competição, o certificado BREEAM de sustentabilidade. Isso demonstra a preocupação da FIFA e dos países sede para se adaptar à modernidade que exige e requer responsabilidade nos âmbitos sociais e ambientais.
De acordo com as diretrizes de resíduos da FIFA, os materiais reciclados tiveram prioridade de uso, assim como a própria bola oficial da competição (Adidas Telstar 18) que usou material reciclado em sua composição.

Um dos principais pontos que a mídia está de olho e que também gerou certa polêmica nessa copa de 2022, é o carbon footprint (pegada de carbono), o qual é a soma de todas as emissões de gases estufa envolvidos na Copa de 2022, desde a construção dos estádios até a realização e trabalhos indiretos. Basta entrar no site da Copa do Qatar 2022 e ir na aba de sustentabilidade (link: https://www.qatar2022.qa/en/sustainability) ou acessar o site da FIFA, na aba de relatório de sustentabilidade (link: https://publications.fifa.com/en/sustainability-report/) para perceber o quão preocupado com os temas essas organizações estão.

A polêmica do ESG da atual copa se dá ao fato de a organização dizer que o evento será Carbon Neutral (Carbono neutro), o qual significa que todas as emissões envolvidas serão compensadas pelos créditos de carbono comprados, sendo assim, neutralizando todo o CO2 emitido. Porém, veículos como The Guardian (2022), Bloomberg (2022) e Dezeen (2022) ressaltam que essa declaração por parte da organização não é possível na realidade, pois além de as emissões serem maiores do que a prevista, ou seja, subestimada, a falta de transparência deixa a desejar, resultando em pouca confiabilidade.

Mas o fato é que estamos caminhando para um mundo mais sustentável e responsável socialmente. Apesar da polêmica do carbon neutral da copa de 2022, a maioria concorda que essa edição é a que mais está se preocupando com o ESG, utilizando energias renováveis, tentando minimizar impactos e muito mais. Estamos no caminho certo e é nosso dever como sociedade cobrar, implementar e ajudar instituições, organizações, pessoas e a própria sociedade a implementar o ESG.

Referências:

Copa do Mundo “verde” tem estádios com certificados e diretrizes sustentáveis. Época, São Paulo, 24 de jun. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/06/copa-do-mundo-verde-tem-estadios-com-certificados-e-diretrizes-sustentaveis.html>.  Acesso em: 22 de nov. de 2022.

Qatar World Cup criticised for ‘problematic’ carbon footprint promises. The Guardian, Londres, 31 de maio de 2022. Disponível em: <https://www.theguardian.com/football/2022/may/31/qatar-world-cup-criticised-for-problematic-carbon-footprint-promises> Acesso em: 22 de nov. de 2022.

Qatar World Cup’s claim of carbon neutrality is “simply not credible” says report. Deezen, 1 de jun. de 2022. Disponível em: < https://www.dezeen.com/2022/06/01/qatar-world-cup-carbon-neutral-news/> Acesso em: 22 de nov. de 2022.

Qatar’s Carbon-Neutral World Cup Is a Fantasy. Bloomberg, 10 de nov. de 2022. Disponível em: < https://www.bloomberg.com/news/features/2022-11-10/qatar-s-carbon-neutral-world-cup-is-a-fantasy?leadSource=uverify%20wall> Acesso em: 22 de nov. de 2022.

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