A ergonomia no trabalho estuda a relação entre o ser humano e as ferramentas que utilizam para desempenhar suas funções. Embora ainda seja um assunto atual no Brasil, as boas práticas ergonômicas estão previstas na Norma Regulamentadora 17 (NR17) do Ministério do Trabalho e devem ser seguidas por todas as empresas brasileiras.
A ergonomia está presente desde os primórdios da instrumentação humana, nos tempos pré-históricos. Porém, ganhou evidência como campo de pesquisa apenas nos tempos modernos, após a revolução industrial (em condições insalubres de trabalho) e duas guerras mundiais, que se consolidou em 1949 com a fundação da Ergonomics Research Society.
A ergonomia traz benefícios não só para os colaboradores, mas também para as empresas, pois colaboradores com boas condições de trabalho são mais produtivos. Você quer saber um pouco mais sobre seus benefícios. Então continue lendo este artigo!
Harmonização na relação entre homem e máquina
O princípio básico da ergonomia é ajustar o local de trabalho de forma que não prejudique a saúde psicofísica do trabalhador. Isso significa que o trabalhador deve ter condições de trabalho que procurem diminuir problemas tanto físicos quanto psicológicos, como estresse e depressão.
Anteriormente cabia ao homem se adaptar a esse ambiente. E se você tivesse que ficar ajoelhado por horas para completar uma tarefa, que assim fosse, mesmo que a prática prejudicasse sua saúde no longo prazo. Felizmente, os tempos mudaram e a nossa relação com o trabalho também.
Hoje em dia, as empresas têm que adotar boas práticas ergonómicas para que a saúde dos trabalhadores seja o menos afetada possível. Ou seja, a cadeira ou assento, o tempo gasto em uma posição, a iluminação do espaço, a altura da tela do computador, a quantidade de movimentos repetitivos durante o dia, o esforço físico, o nível de atenção e responsabilidade exigidos. E estes são apenas alguns dos pontos a considerar.
Maior produtividade no local de trabalho
A proteção ambiental é um direito fundamental do trabalhador, mas o empregador não deve considerá-la um custo adicional. Colaboradores saudáveis e descansados realizam suas tarefas de maneira mais produtiva e engajada, com foco em um trabalho de qualidade.
Cuidar da ergonomia no ambiente de trabalho tende a reduzir o absenteísmo por motivos de saúde e acidentes de trabalho. A negligência por parte da empresa pode levar a penalidades legais e indenizações. Mas o funcionário também tem que fazer a sua parte e, caso se recuse a cumprir as normas ergonômicas, pode até ser demitido por justa causa.
Novos tempos, novos caminhos
Para se manter atualizada em matéria de ergonomia, a empresa deve realizar uma análise ergonômica do trabalho, documento que descreve as condições a que um trabalhador está exposto de acordo com sua função.
Um ergonomista ou especialista em segurança do trabalho poderá aconselhar sobre as medidas necessárias para reduzir ou eliminar os riscos ergonômicos ocorridos na empresa.
Algumas práticas que podem ser implementadas são jornada máxima contínua de trabalho, mobiliário bem adaptado à atividade humana, isolamento acústico, controle de temperatura e umidade, limite máximo de esforço físico e alterações posturais.
Riscos ergonômicos no ambiente de trabalho
Se práticas ergonômicas adequadas não forem adotadas no trabalho, os funcionários poderão enfrentar diversos problemas. Abaixo citamos apenas três riscos ergonômicos presentes no ambiente de trabalho. Estes são alguns dos mais comuns. Olhar!
Tarefas excessivamente repetitivas
Pessoas que trabalham, por exemplo, em telemarketing, em máquinas e em linhas de produção em massa, fazem os mesmos movimentos durante longas horas todos os dias. Com o tempo, as pessoas sofrem lesões decorrentes dessa repetição, que podem causar dores, falta de força, coordenação ou mobilidade, queimação e formigamento.
Postura inadequada
Problemas posturais também são bastante comuns no local de trabalho, principalmente quando as pessoas ficam sentadas por longos períodos de tempo. Os móveis e equipamentos de trabalho muitas vezes não correspondem à altura do funcionário e, por isso, ele trabalha desleixado e com postura inadequada.
Em outros casos, o funcionário também pode ter maus hábitos e não conseguir manter a postura adequada durante a jornada de trabalho. Além da dor, essa má postura pode causar danos à coluna.
Ritmo de trabalho excessivo
O excesso de trabalho é outro fator que pode desencadear doenças como estresse e depressão. Pessoas que trabalham muitas horas não têm qualidade de vida e, portanto, tendem a ter uma saúde mental desequilibrada.
O estresse é a terceira maior causa de absenteísmo de funcionários nas empresas e espera-se que seja o principal fator de absenteísmo de funcionários até 2020. Estes dados foram publicados pela própria Segurança Social em 2016.
Boas práticas ergonômicas no trabalho
Para evitar esses problemas, é de extrema importância que a empresa adote as regras estabelecidas pela NR 17, mas os funcionários também devem fazer a sua parte, como fazer uma pausa no trabalho para descansar.
Se você trabalha sentado, levante-se e alongue-se de vez em quando. A seguir citamos algumas boas práticas ergonômicas que podem melhorar sua qualidade de vida na empresa.
Identificar problemas e implementar soluções para reduzir riscos
Observe todos os setores da empresa e veja onde estão os riscos em cada um. Em seguida, procure soluções para reduzir essas ameaças. Muitas vezes a solução é muito mais simples do que parece.
Envolva os funcionários no processo
Não adianta investir na qualidade de vida dos colaboradores se eles não colaboram. Devem, portanto, receber formação que explique a importância da ergonomia no local de trabalho e porque devem cumprir as normas estabelecidas. Eles também devem estar cientes de que, caso não cumpram as regras, a empresa terá respaldo jurídico para tomar as medidas cabíveis.
Contrate uma empresa especializada em gestão de riscos
Existem diversas empresas que prestam consultoria em saúde e segurança ocupacional. Portanto, se você acha difícil melhorar a ergonomia dos colaboradores no ambiente de trabalho, pode contratar especialistas no assunto. Dessa forma você cumpre a lei e ainda tem funcionários motivados e produtivos.